A freguesia de S. Cristóvão, situada junto à margem direita da ribeira do mesmo nome, dista da sua sede de concelho 19,2 km. Abrange uma área de 149,14 km2 e a sua população, rondando cerca 1 100 habitantes, distribui-se pelos seguintes lugares: Baldios, Torre da Gadanha, Foros de Amendonça, Foros da Tojeira e Foros do Pinheiro.
Na ” hera de mil quinhentos, setenta e seiz já era igreja curada havia anos…” “… corre uma ribeyra… pelas raízes do monte em que está fundada… a aldeya de Sam Cristóvão…” era assim descrita nas memórias Paroquiais em 1758.
No termo de Montemor-o-Novo, S. Cristóvão foi curato da apresentação do arcebispado de Évora. Em 1839 apareceu na comarca de Estremoz, em 1852, na de Arraiolos e, no ano seguinte, na de Montemor-o-Novo.
A antiguidade do seu povoamento é remota, como prova o Conjunto Megalítico do Tojal um património apenas descoberto no ano 2000, um mega conserto levou ao levantamento do menir à posição original. O conjunto megalítico do Tojal é composto por um Cromeleque com 17 menires de granito ” in situ” dispostos numa encosta virada a nascente, um grande menir ” in situ”, um conjunto de 7 sepulturas megalíticas de diversas tipologias e estados de conservação e um povoado calcolítico.
Do período da colonização romana, resta-nos uma curiosa ponte romana testemunha da crescente necessidade de circulação de pessoas e mercadorias.
São Cristóvão, protector das trovoadas e padroeiro dos viajantes que, segundo a lenda, teria transportado um menino que seria Jesus, dá o nome à freguesia que o celebra, em grande festividade, no terceiro domingo de Julho. Representado através de uma robusta escultura de madeira, talvez Quinhentista, que sobreleva sobre o ombro esquerdo o Deus Menino, mostra-se o Santo, na igreja paroquial da freguesia.
A data de fundação desta última, deve remontar aos primórdios do século XVI, conforme o comprova um exame de arquitectura feito à sua ábside. Envolvida por terras das courelas que, em 1758 pertenciam ao lavrador-fidalgo Martim Pessanha de Vasconcelos, apresenta uma frontaria voltada ao poente e acusa reformas do período seiscentista.
No interior do templo, como uma verdadeira relíquia da arquitectura gótica da primeira metade de Quinhentos, pode ser apreciada a capela-mor. Pinturas murais, seiscentistas, visíveis a subjacentes camadas de cal, merecem a nossa referência. Na sacristia actual, reformada no ano de 1704, guardam-se duas importantes pinturas: A Santíssima Trindade, da escola maneirista do ciclo eborense; e S. Miguel e As Almas do Purgatório, atribuída a Jerónimo Corte Real.
Baptizados pelo povo de cruzeiros, existem na freguesia, três pequenos nichos oratórios, feitos de alvenaria, com empenas triangulares, destinados a estações da Via Sacra das procissões do Senhor Jesus dos Passos e, mais tarde, para repouso de cortejos fúnebres. Os mais antigos, foram implantados, um, na azinhaga do cemitério, outro, na Rua Dr. José Mouzinho. Levantou-se ainda o último, em casa do Largo 25 de Abril, o qual foi totalmente reformado com painel azulejar.